domingo, 30 de janeiro de 2011

Isaac Newton também foi em definitivo pra segunda divisão

Por Plácido Gonzaga Bastos



Vinha confortável o mundo que Newton havia estabelecido. Era muito seguro saber que a verdade era absoluta, disponível ao conhecimento mediante procedimentos certos. O positivismo acendia velas pra Newton.

 No entanto, a vida que segue. A ciência deixa de ser revelação. Einstein. Tudo é relativo. Desde moleque, ouvimos e lemos isso em qualquer parachoque de caminhão.

Conhecer passa a ser esgotar a abordagem. Mantidos o método e a construção do problema - as condições objetivas, ademais - pode-se trocar o observador que as conclusões não se alterarão.

Conforme Ortega, não mais a verdade newtoniana do "conhecimento relativo de uma realidade absoluta"; em substituição a esta a relatividade eisnteiniana do "conhecimento absoluto de uma realidade relativa".

O questionamento de Newton, na carona de Einstein, se completa com a física quântica de Planck e o princípio da indeterminação de Heinsenberg. São a pá-de-cal na física aristotélica a que deviam tributos Galileu e Newton via neoplatonismo renascentista: "o macro é uma extensão do micro".

Quando estuda certos gases, Heinsenberg constata que "um nível do real não se reduz ao outro". E a física quântica, na veia: "a lei varia com o número". O neoplatonismo renascentista vai pro vinagre.

Reparem como isso aqui é Flamengo.

Reparem também  Durkheim, que era francês, mas que soube, três anos antes de sua morte - e provavelmente foi o que lhe permitiu esta sobrevida -  da vitória do primeiro Time Rubro-Negro, em 1914, formado basicamente por estudantes de medicina. 

Notem também em  Durkheim a presença daquela proposição sobre a importância da escala quando escreve sobre o fato social e sobre entes coletivos que são mais do que a soma de indivíduos juntos. 

Durkheim já desdobrava, cientificamente, a possibilidade da Nação Rubro-Negra.

Einstein, Heinsenberg, Durkheim. Isso é Flamengo

O que sobra ao resto do Rio senão astrológos, videntes,  "celebridades" de bbb, sob a crônica de gordura de pastel chinês do tal Pedro?

E ainda assim temos de entrar em campo hoje.

Paciência.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Pra que entrar em campo domingo?

Por 28

Outro dia fiz um trato com Deus. A principal das cláusulas rezava que tenho de ser levado aos pedaços: um dedo aqui, um calcanhar ali, em seguida a perna direita, depois, a esquerda. E assim sucessivamente, até se Deus achar conveniente - mas, isso implicaria assistência especial, o que já complica - restar a própria língua pra  falar e continuar ditando as merdas que já não poderia mais escrever.

Confesso que é o Nação que me deu um sentido.

Este é um blog sobre o Flamengo que sempre se amplia. Porque o Flamengo é tudo o que se vê, o que se sabe, o que se fala.

Minha ignorância é enciclopédica. E as pedras que joguei na cruz foram guardadas, contadas e agora cobradas pelo que resta. E aí, sem chance, se tentar ler como se tivesse todo o tempo. Procuro, ao menos, dirimir a confusão conceitual do que me é possível.

Um método conveniente se baseia em parar a leitura toda vez que estiver diante de um conceito complexo, que se ramifica em abordagens distintas, às vezes, mesmo, díspares. Essa interrupção, dependendo das sinapses, pode variar de uma semana até um ano. Enquanto isso as ideias ficam secando. E o Flamengo fatura pela terceira vez esse torneio caboclo, o da Copa Brasil, parte pro brasileiro e a vida que segue seguindo como tem de ser.

Olhando pro prego em que penduro a perna, é o tal negócio. É o caso do populismo. Dá pra frigir os ovos mais ou menos da seguinte maneira:

Ou se considera o populismo em sua origem fascista, como encaminhamento da ascenção das massas a fim de evitar o rompimento do regime da propriedade, a respeito de cujos exemplos podemos dispor dos mais notórios: italiano e alemão.

Ou se considera o populismo um avanço, porque, malgrado a inclusão que permite, permite também à esquerda avançar, ocupar posições. O líder populista, de resto,  precisa da esquerda. A crítica que se faz é que o líder populista esgotar-se-á na antinomia. Mobiliza, mas não organiza. Nem pode, pois a mediação é que lhe dá função perante as massas. Uma vez que a política de massas vire política de classe irá pro vinagre. É a análise de certa intelectualidade de esquerda, entre os quais Caio Prado, em "A Revolução Brasileira". Quando Jango tentou dar o passo já era tarde.

Sou Flamengo e foi como disse: Flamengo é o Rio,  não é o resto, cuja igreja já tem até pastor: Balduíno dos Reis de Janeiro, que outro dia aporrinhou meu interfone com seus prosélitos tentando mendigar uns trocados da Grandeza que só pode ser Rubro-Negra. Justo na hora em que o remédio fazia efeito e me dava todas as condições pra prosseguir na leitura sem os lapsos de memória que me fazem esquecer a página imediatamente anterior.



Portanto, quanto ao populismo ao qual me referira, querer fixar Lula como um líder populista é mais do que uma imprecisão de linguagem: é uma estupidez conceitual. Lula é fruto justo de um processo orgânico. Foi Delfim o primeiro a perceber o real significado de Lula. Delfim dizia que toda aquela hierarquia, toda aquela disciplina tarefeira, nunca tivera qualquer efeito sobre Lula. Indiferente, Lula nunca fora do partidão e o máximo que deste se aproximou devia-se a sua condição de sindicalista. Para Delfim, Lula era um brasileiro típico, pobre, com a esperança de dias melhores.

Não é à toa a atualidade de Gramsci. O Estado ampliado do italiano deixou de ser gerente do capital e agora é um espaço de disputa também aberto aos trabalhadores. Lula conseguiu magistralmente mitigá-lo. Bolsa família; crédito popular; minha casa, minha vida: renda, consumo, propriedade. A generalização lenta de hegemonia de uma classe média brasileira.

Estou convencido de que, a exemplo de Getúlio, cuja dimensão transcende a bitola acanhada de um reles líder populista latino-americano, Lula também exigirá estudos mais aprofundados de decifração de seu enigma. 

Uma vez Flamengo sempre Flamengo. 

Diz aí, meu irmão: pra que entrar em campo domingo?

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

São Paulo em Festa

Por 28



Como devem estar felizes e fagueiros os nossos irmãos do interior do continente com o presente que lhes acaba de dar a molecada Rubro-Negra?

2 x 1.

Valeu.

E olho no Cesar.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Pusilânimes

Por 28



Já ouvi argumentos teóricos, ideológicos, até ligados à sobrevivência, a fim de justificar o terrorismo. Contudo, só me vem a repulsa, imaginando os corpos mutilados, exangues, expostos ao sofrimento até à morte enquanto o socorro bate cabeça, pela quantidade da demanda.

Guararapes, em Pernambuco, na década de 60, na estupidez de uma esquerda insana, sem se dar conta de que teria contra si a opinião pública, fora o fato de ver recrudescida a repressão.


No início da década de 80, as bombas na OAB que mataram a secretária e na Cãmara que mutilaram, nas bancas de jornal, por uma direita hidrófoba. Ainda bem que o Riocentro saiu pela culatra.

Quantos mortos, mutilados, entre crianças, mulheres e velhos, no aeroporto de Moscou quando a poeira baixar?

Picanha na Brasa

Por 28 



Outra dia o Máximo publicou uma postagem interessante - o que é raro. "Nem a Igreja Católica Nem a Universal do Macedo".  Escreveu que nomes de destaque da bola se transformaram em grandes marcas publicitárias e necessitam mercados cuja extensão está na amplitude de sua comunicação e visibilidade. Tornam-se sócios dos clubes em "ações de marketing".

Ronaldo não foi para o corínthias para disputar os jogos. Basta entrar em campo, um gol aqui e ali que a amplificação conveniente sempre classifica de "fenômeno". De marketing, sem dúvida.

Entrasse em campo em Edson Passos, a gordura teria sido fritada e comida em alguma laje ali perto. 

O interior das quatro linhas, segundo a expressão de velhos como eu, talvez já não seja mais importante. 

O saudosismo também tão inútil, segundo outro velho ainda mais velho: Hobsbawm escreveu sobre as tradições inventadas. Como a tradição é um discurso pré-moderno e porque o capitalismo também queria grandeza, é o tal negócio. A tradição exigia uma comunidade com valores e práticas comuns, de pouca complexidade, cuja experiência podia ser transmitida oralmente pelos mais velhos. Mas surge a grande cidade, o aprofundamento da divisão do trabalho, a multiplicação de atividades. A vida fica complexa e a tradição que o camponês que vira operário na cidade traz não serve pra nada. Qual a utilidade de coisas de uma aldeia em meio ao dinamismo das novas relações de produção e da dramaticidade das inéditas relações humanas?

Qual a utilidade das histórias de um velho perneta e diabético, a bola "dente de leite", os pés descalços na pelada da rua de paralelepípedo, para a molecada do "play station"?

São coisas que me ocorrem, olhando pra minha perna pendurada no prego da parede, vendo a picanha na brasa que o Ronaldo "fenômeno" ( de marketing)  viraria e  o Flamengo jogando em Edson Passos contra um América; do Rio, o unico time do resto do Rio que eu tenho simpatia e que vi com talento a ponto de até meados da década de 80 chegar  a quarto lugar no campeonato brasileiro.

A menos que se trate de um insensato, o responsável pelo policiamento no sábado deve ter razão para impedir a entrada de pouco mais ou menos mil torcedores com ingresso na mão. Não tenho dúvida, a julgar pelas declarações, prestadas ontem à radio Tupi, tanto do presidente do América, quanto do presidente da federação. Parece que vivemos no mundo da fantasia. Não há problemas, tudo está perfeito, um não sabe o porquê da atitude do policiamento, o outro que foi surpreendido, pois que o América garantira tudo.

Não fossem pelas feridas, que podem surgir num coxo diabético imóvel, não tiraria mais a perna do prego.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

São Cristovão da Charola

Por 28

 


Deu o óbvio: os pequenos perderam.

Mas, nesta abertura do carioca, pude notar como a memória pode ser útil  Olho pro prego onde seca a perna pendurada onde havia o retrato do velho. Uma época em que corria em torno do Maracanã e conhecia, de vista, o "Leandro e Júnior". Junto com o Gasolina, que arrastava numa linha o seu caminhão de madeira pela Maxwell e pela Gonzaga, "Leandro e Júnior" só tinha os dois caninos superiores. lembrei-me dele, olhando pra minha perna secando da chuva no prego e outro no jogo contra o Voltaço (lembram-se? Varandão da saudade). Era o Flamengo. Sem meio-campo, apenas jogando pelas laterais, com Fierro muito bem, agudo, e o Renato Abreu, de hábito, Renato Abreu. Seja como for, a entrada do baianinho mudou o jogo, deu mais dinamismo. Além disso, a cabeçada do Vanderlei é de quem sabe. Coisa que o Deivid não sabe. Por falar nisso:


Por que o Deivid não entrou na barca?


domingo, 16 de janeiro de 2011

Encostas Subdesenvolvidas

Plácido Gonzaga Bastos



Não é fácil ver as próprias mazelas. Antes era mais fácil: havia a crença no natal, que tinha até o seu próprio bom velhinho. Marx, embora muito útil como crítica, não foi o papai noel trazendo o presente bonito do socialismo.
 
E o capitalismo adiante, usando o que for preciso. Durante o seu amadurecimento, na era industrial do que Hobsbawm chama de "o breve século XX", não se constrangeu, valendo-se até de formas pré-capitalistas. Curioso como a força econômica do egoísmo assentava-se sobre uma ética do trabalho, o sacrifício do presente em nome do futuro, o compromisso com o dever, a probidade, a pontualidade e a família - unidade em torno da qual organizava-se a produção.
 
O capitalismo hoje, livre do antagonismo socialista, não necessita mais do futuro. Cumpre consumir rápido. E aí a justeza da observação de Marx quando escreve sobre a força revolucionadora ínsita do capitalismo. Em sua nova e atual fase pós-industrial, mecanismos úteis até há pouco tornaram-se um estorvo. A família, por exemplo. Nem a operária, pois não mais se renova força de trabalho; nem a pequeno-burguesa, que vive para o futuro, para  imprevisto, para a educação dos filhos, para a segurança da casa própria.
 
A força revolucionadora capitalista está no limiar do seu âmago: um individualismo anti-social absoluto.
 
Diante disso, qual o significado de uma tragédia nas encostas do subdesenvolvimento senão material de consumo que se gasta rápido na televisão?

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

500

Por 28

Escrevo esta postagem vendo a reportagem na globonews sobre a devastação que ocorreu no estado, sobretudo na região serrana. 

500 mortos. 

Lamentavelmente, uma pressa que não se justifica, em nome de um dinamismo que nada esclarece, não aproveitam como deveriam a presença de especialistas que se revela extremamente útil, sem concessão ao vulgarismo, na explicação do fenômeno como resultante de uma competição, cada vez mais acirrada, entre o homem e a natureza, mediada pelo mais reles oportunismo político. 

Reconhecem que o que cabe agora são medidas de emergência, mas ressaltam a importância do conhecimento das estruturas, de um levantamento de dados técnicos promovido por investigação científica, a fim de se poder mapear e estabelecer o real significado do que comumente se chama de "áreas de risco". 

Recomendam que, tal é a nossa precariedade, que devemos, em muitos casos, como em Angra dos Reis, começar do zero. 

Não estaríamos diante do exemplo mais puro e acabado de subdesenvolvimento?

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Nem a Igreja Católica Nem a Universal do Macedo

Por Máximo

Compreenderemos melhor as consequências para o futebol brasileiro da transação entre o Flamengo e Ronaldinho Gaúcho, se considerarmos a marca publicitária em que se transformaram os grandes nomes. Uma condição sem cuja análise não passaremos do animismo.

A extensão do mercado da bola é do tamanho de sua visibilidade e comunicação. E não há no Brasil nada mais evidente do que o Flamengo. Nem a Igreja Católica nem a Universal do Macedo.

Ao Flamengo, segundo a imprensa, cabem 20% da remuneração do milhão pago ao Ronaldinho. O resto é imagem, vendida no mercado pelos despachantes de hábito.

"Flamengo é Flamengo" - conforme o próprio Ronaldinho, uma maneira que a ansiedade do Gaúcho encontrou, provando que as palavras foram feitas pra dizer que o Flamengo é tudo o que se vê, o que se sabe, o que se ganha. 

Marcas como Ronaldinho exigem cidades. Evitar a roça é condição para o negócio. Como seria possível num time que acredita em certas coisas e que gosta de tomar na cuia, porque é na cuia que leva chimarrão? E o porco que levanta o focinho, mas é apenas a sineta pendurada no pescoço que lhe chama atenção?

Valores desse porte só podem ser pagos num mercado maduro acessível tão somente à grandeza do Flamengo.

Ademais, papagaios de pirata, literalmente. A Gávea ontem parecia um arraial da Ana Maria, inclusive com o Louro José, aporrinhante, verborrágico, inconveniente, excessivo, como mestre de cerimônias. 


Felizmente, o bom senso vindo justamente da estrela dessa festa junina improvisada em janeiro. Ronaldinho, cercado, falou pouco. Bastava repetir:

"Flamengo é Flamengo."

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

sábado, 8 de janeiro de 2011

RubroNegrir a Beleza

Por 28


Qual a cor?
Vermelha,
negra,
pensa ao erro da palheta,
ora a prova, ora a cadeira.


A coxa despe as cores,
afastando o vestido,
na cadeira lá da frente:
UERJ, Machado,
vestibular quase cancelado.
Meu cabelo seria bom
se junto com o seu trançado.

O joelho é linha sinuosa, lenta,
continua a coxa, incólume,
rija, grossa, até o pé.

Linda Negra
a rubronegrir a beleza.

Viestes à vida à pé.
Fomos juntos à filha do Prestes
entre olés de poças d'água,
e a protegi tal qual Noel 
à língua que dizia que passou de português.
Brasileira. 
Carioca.
Linda Rubro-Negra.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Coxo de Amputação

Por 28


A Lagoa substitui o hospital, esquece também as esquinas no traçado de Brasília, enquanto dura o telefonema em que ela reorganiza as funções para o bairro, inviabilizando o ato de andar, que detesta, uma W3 carioca margeando o espelho d’água, Parque Lage, Jardim Botânico, Jóquei, até à PUC.

 No hospital não haveria previsão para a dor. Uma cirurgia de recomposição de amputados: os que perderam braços teriam de volta os meios de afeto, os que perderam pernas caminhariam em direção à vida, os seccionados de saudade dela receberiam um telefonema, que não seria um telefonema, mas uma cirurgia recuperando os 13 dias subitamente interrompidos.

Uma dúvida pontua a noite que escorre monótona. Os olhos abertos, na cozinha, fumando. Como não sabe mais conversar. Já havia sinais anteriores. Um talho simples, de cicatrização certa e a pele reconstituída. Engano: anos de exposição comprometeram-lhe o tecido, agora a pele enrugada só conhece a nascividade quando escreve, ainda que de improviso, sem rascunho,

Pensa no que lhe dissera, quando conversavam, andando, sobre o símbolo da solidão:

“Isso é foda. Um camarada bebendo sozinho num botequim.”

Adiante, num prédio, o apartamento escuro e a janela com um idoso, como um quadro de Munch:

“Cara, isso é que é solidão” – ela lhe diz.

Na rua, atravessando a Quinta da Boa Vista, a reflexão de andarilho levou-o ao risco de Lúcio Costa e, pensando no triângulo equilátero, figura de equilíbrio usada para a Praça dos Três Poderes, invade-o uma harmonia para além do ethos constitucional, para por sobre Legislativo, Executivo e Judiciário, o HIGS da Asa Sul em cujo vôo embarca como Ícaro. Registro de Brueghel, pendurado ele não sabe onde. O que importa é a cena da queda de Ícaro, no desafio à mediocridade, à aspereza, à realidade de compressão de torno, rija, contra a qual a cera, material usado por Ícaro, empresta um toque de ironia e faz da Asa Brasiliense uma recidiva da que usou. Ocorre que a queda de Ícaro é épica, digna de Brueghel.

Atravessa a Radial, próximo o Maracanã, voltando da Asa Sul, no trajeto idêntico que ela percorreu.

Um 30 de dezembro que estica em 30 dias de janeiro.