quinta-feira, 27 de março de 2014

Golpe na UERJ

Por Máximo

Nesses 5 anos de graduação, senti-me, muitas vezes, no nono, como numa espécie de partido político dos mais tacanhos. No mínino, faltava humor que eu achava indissociável de quem tem, por definição, pensar e criticar. Uma maravilha verificar as mesas do debate de semana que vem. Finalmente, o trabalhismo na perspectiva de uma corrente de esquerda e o nacional-estatismo uma alternativa de modernidade em recuperação crítica, inteligente. Também é uma maravilha ver o time de Rubro-Negros de que delas fazem parte.

SRN



quinta-feira, 13 de março de 2014

Auto-Retrato


Flamengo, Academia, Biografias

Por Máximo



"Minha Razão de Viver", de Samuel Wainer, jornalista, fundador do jornal "Última Hora", foi um sucesso quando de seu lançamento em 88. Autobiografia - gravada, primeiro, em fitas cassetes por Samuel Wainer e, posteriormente, transformada em texto pelo jornalista Augusto Nunes - é a negação da prática e um exemplo útil à dissipação do tumulto sobre biografias, autorizadas, não autorizadas, panegíricos, ou lucrativas que, no fundo, é o que interessa. Wainer expõe o próprio fígado ao dizer que, em dado momento, pra salvar a "Última Hora", corrompeu-se "até à medula". O mundo, como se vê, não estava à espera de Wainer, à sua intervenção epifânica, muito menos esperou que saltasse pra entrar pra história, a fim de revelar como Vargas fizera o que todos já sabiam na criação da "Última Hora".

O futebol aparece em "Minha razão de Viver". Até nisso é interessante. Se me lembro direito, o general Castelo Branco, ás vésperas do golpe, demonstra espanto e desprezo por Wainer gostar de futebol. E a resposta de Wainer - quem vinha de um bairro popular de São paulo não teria o estranhamento do general - ganha agora mais sentido quando leio a tese de renato Coutinho sobre o Flamengo, "Um Flamengo grande, um Brasil maior: o Clube de Regatas do Flamengo e o imaginário político nacionalista popular (1933-1955)", defendida no ano passado, na UFF, sob orientação do professor Jorge Ferreira.

A modernização autoritária concomitante à interação com a classe trabalhadora em emulação com o profissionalismo emergente no futebol. Estamos na década de 30. Também falamos, conforme Coutinho, na transformação pela qual passa o Flamengo: um clube típico da Belle Époque para, mais do que uma revolução administrativa, "um projeto de construção de novos símbolos identitários que permitiriam reorganizar a relação da instituição com a torcida" (p.12). 

Coutinho escreve uma sentença lapidar: 

"Estado e trabalhador haviam encontrado um vocabulário adequado para o reconhecimento mútuo: o nacionalismo" (p.13)

E, no Flamengo, história e memória, em geral em conflito, encontram-se pra renovar o clube, "o passado amador e elitista passou a constituir o Flamengo profissional sendo lembrado como a fase embrionária da vocação popular da instituição." (p.12)

Castelo Branco, a propósito, não seria tricolor?

SRN

terça-feira, 11 de março de 2014

O Caráter Histórico da Taça Guanabara

Por Máximo



O Flamengo acaba de ganhar a vigésima Taça Guanabara de sua história. E o modo como isso ocorreu é o melhor exemplo da importância particular da História no campo das chamadas ciências humanas. A ausência do troféu, a dúvida do Grande Jaime se voltava pro campo, se ficava no vestiário, sem saber se haveria comemoração, os jogadores indecisos sobre a volta olímpica em frente a número pequeno de Rubro-Negros nesse maracanã de blatter, marin e vírus anexos. 

O caráter histórico da Taça Guanabara fica nítido quando retornamos no tempo, aos adolescentes da segunda metade da década de 70. Ganhar o carioca era uma conquista, após dois turnos muito disputados com pequenos que, de fato, eram o Olaria, o Bonsucesso, Madureira, São Cristóvão, Campo Grande da memória afetiva, seletiva, de um Rio ainda muito carioca, com quase todos nascidos ainda na Guanabara, pois a fusão, parida a fórceps, em 75, pela ditadura que queria calar aquela, por incômoda. O primeiro turno, a Taça Guanabara, e o campeão de uma final entre os vencedores do primeiro e do segundo turnos, com o acréscimo posterior que incluiria um terceiro, o time com maior número de pontos nos dois turnos.

A particularidade da História, tão evidente, que ainda tínhamos o América, um dos grandes e que acabava por ser a única concessão de um Rubro-Negro. Gostávamos do América, que, de resto, tinha um timaço, entre outros, Orlando Lelé (do desenho abaixo, vítima predileta do endiabrado Uri Geller), Alex, Ivo, Bráulio, Flecha, Luisinho, que jogaria no Flamengo. Um recorte tão histórico que até o América acabou, seu campo, aqui na Teodoro, vendido, virou mais um shopping, permanecendo apenas na memória daqueles adolescentes que subiam a escadaria da Igreja de Santo Antônio, desciam a encosta pra cair na arquibancada de ferro e madeira pra ver alguns jogos. A última vez que um desses adolescentes fez isso já iniciava a vida adulta, um ano antes da copa de 86, quando o diretor de arte, Telê, levou prum treino naquele campo a seleção brasileira que disputaria a copa do México do Canhoto Genial Maradona.

SRN

segunda-feira, 10 de março de 2014

Tranquilo, Grande Jaime



"Vou ser honesto. Quando acabou, fiquei pensando: “Será que vai ter festa?” Aí saí do campo. Quando cheguei no vestiário, não tinha ninguém. Aí pensei: “Será que estão fazendo festa no campo". Aí, resolvi voltar. No caminho, encontrei o meu time vindo pro vestiário. Fiquei nesse vai e vem. Mas lá dentro do vestiário, entre nós, foi uma comemoração muito legal. A sensação de um trabalho bem feito.


Queríamos lutar pelo título, pelo simbolismo que a Taça Guanabara tem e pela vantagem que ela nos dá. Pela história que tenho no Flamengo e pela história do meu pai (jogador do clube entre 1938 e 1950), sei da importância das conquistas no Rio. Nunca quisemos abrir mão disso — disse Jayme. — Quase todos os jogadores participaram. Mostra que o planejamento foi bem feito".

SRN

© 1996 - 2014. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização. © 1996 - 2014. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.

domingo, 9 de março de 2014

Condor Alegórico no Desfile das Campeãs

Por Máximo




"Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós" poderia ter sido ouvido no desfile das campeãs, no camarote do treinero chileno que, leio no globo, desconhece o Hernane. Não foi - é certo. Afinal, nesses eventos arrivistas não cabe senão jornalismo pasteurizado. 

Mas, já que é carnaval e conseguiram fazer a águia da Portela voar, por que não um condor alegórico em voo rasante em frente ao camarote do treinero chileno que não conhece o Hernane?

SRN

Fechado com o Tinga

Por Máximo




Grande Simbolismo. O maior e mais popular time do Brasil, a mulambada em que assumimos com grandeza o que o resto do Rio pensa ser pejorativo, posicionando-se, firme, no sítio oficial, contra o racismo.


SRN

sábado, 8 de março de 2014

Rubro-Negrir a Beleza Candace

Por Máximo



Qual a cor?
Vermelha.
Negra,
Pensa ao erro da palheta,
Ora a prova, ora a cadeira.

A coxa despe as cores,
Afastando o vestido,
Na cadeira lá da frente.

UERJ, Machado,
Vestibular, quase cancelado.

Meu cabelo seria bom
Se junto com o seu trançado.

O joelho é uma linha sinuosa, lenta, Niemeyer;
Continua a coxa, incólume,
Rija, grossa, até o pé.

Linda negra a Rubro-Negrir a beleza.
Candace.

Viestes à vida a pé.
Fomos juntos à filha do prestes, entre olés de poças d’água.
E a protegi tal qual Noel
À língua que dizia que “passou de português”.
Brasileira.
Carioca.
Linda Rubro-Negra Candace.

SRN

sábado, 1 de março de 2014

Quarta de Cinzas do resto do Rio

Por Máximo



Com Rondinelli, o Deus da Raça, em 78, começa a longa quarta-feira de cinzas do resto do Rio.

SRN